sábado, 23 de agosto de 2014

Gana - O Lixo do Mundo


Os países desenvolvidos encontraram um jeito cômodo para descartar seu lixo eletrônico. Basta enviá-lo a países pobres da África e da Ásia.
A lixeira tecnológica de Agbogbloshie, em Accra (Gana) é o maior exemplo dessa prática perversa. Estudos naquela área indicam contaminação de chumbo, cádmio e outros contaminantes prejudiciais à saúde em níveis 50 vezes maiores do que o permitido.
Gana importa 215.000 toneladas de lixo eletrônico por ano.
O jornal britânico The Guardian publicou as fotos de Kevin McElvaney que documentam a relação da população local com os detritos.

Agbogbloshie: o lixão eletrônico do mundo - em fotos 

(Tradução de artigo do jornal The Guardian)

Usuários de produtos eletrônicos esperam que eles sejam reciclados adequadamente quando descartados. Mas quase todos os equipamentos contêm produtos químicos tóxicos. Mesmo quando recicláveis​​, o processo de reaproveitamento é muito caro. Como resultado, o despejo ilegal tornou-se um negócio lucrativo.
 

O fotógrafo Kevin McElvaney documentou Agbogbloshie, antigamente um pântano em Accra, Gana, que abriga o maior local de despejo de lixo eletrônico do mundo. Meninos e jovens esmagam dispositivos para chegar aos metais, principalmente o cobre. As lesões, como queimaduras, feridas não tratadas, lesões nos olhos e nos pulmões e danos à coluna  aliam-se a outras disfunções crônicas, tais como náusea, anorexia, dores de cabeça debilitantes e problemas respiratórios. A maioria dos trabalhadores morre de câncer aos vinte e poucos anos de idade.

 Adam Nasara, 25, usa Styropor (material isolante para geladeiras) para fazer fogo


Ibrahim Abdulai, 23, é um "chefe". Embora ninguém trabalhe para ele, Ibrahim pode decidir quem está autorizado a queimar produtos nessa particular área do lugar


  Monitores velhos usados para construir pontes


Adja, 9, vende pequenas bolsas de água para os trabalhadores. 
Eles usam a agua para beber e para apagar fogos.


PCs e equipamentos eletrônicos que aparentam condições
 razoáveis são vendidos sem testar em Accra


Rahman Dauda, 12,  começou a trabalhar aqui há três anos e queima lixo eletrônico 
com alguns amigos. "Sempre que posso, eu vou à escola" - ele diz.



Pieter Adongo, 17, exibe uma foto Polaroid dele mesmo com os amigos Desmond Atanga, 17, e Sampson Kwabena,16. Muitos jovens acreditam que essa é apenas uma situação temporária e esperam, todos os dias, que encontrarão a saída.

 John Mahama, 21, sofre de insônia e debilitantes dores de cabeça

Kwabena Labobe, 10, brinca no local. Os pais não podem colocá-lo na escola
e o proíbem de queimar lixo eletrônico

Adam Latif, 21