Eu não sei você, mas eu nunca simpatizei com o kkk do Facebook e afins. Prefiro um cúmplice hehe, um mais enfático haha ou mesmo o discreto e fora de uso rss. Sem falar das mais variadas gargalhadas, piscadelas e sorrisos em forma de emoticons.
Eu não sei você, mas o kkk me lembra deboche, não o riso.
Além disso, é impossível não relacionar o kkk à KKK. Não é sugestivo que nossas risadas virtuais remetam à Ku-Klux-Klan?
Mas o kkk se tornou secundário - quem diria? Restou apenas pequena implicância. Porque agora expressões bem mais significativas pedem atenção permanente.
Lixo é uma delas.
Fulano clica no link e se abre um texto de oito páginas. O autor cita fontes e referências, usa argumentos lógicos, incentiva o debate cordial. Fulano rola suas oito páginas em dois segundos. Na caixa de comentários, Fulano deixa sua impressão - Parei na segunda linha. Lixo!!!
Já Sicrano, mais propositivo, quando compartilha uma postagem, costuma carimbá-la com duas expressões inabaláveis e definitivas: Fato! e Com certeza!
Geralmente o Fato! não é fato, e a certeza vem do Fato! que não é fato.
E vá você falar de justiça, igualdade e outras necessidades humanas! Abaixe-se porque vem uma saraivada de adjetivos. Esquerdopata, feminazi, aliado de bandido e defensor de vagabundo se apresentam como os mais suaves.
Eu não sei você, mas eu venho pensando - talvez seja necessário um desarmamento unilateral. Embora oferecer flores não pareça promissor, não dá para ser cúmplice da violência
A pergunta é: como agir nessa atmosfera de agressão verbal, xingamentos e certezas vomitadas?
Deveríamos:
( ) Insistir no diálogo?
( ) Pagar na mesma moeda?
( ) Ironizar?
( ) Ignorar?
( ) Denunciar algumas postagens, quem sabe?
Eu não sei você, mas eu já tentei as três primeiras alternativas e estou na penúltima. Penso que continuo errando.
Procurei a resposta em grupos relacionados à Comunicação Não Violenta (CNV) no Facebook. Por certo ali estaria a pedra de toque que transformaria relações e feeds.
O praticante de CNV sabe que é preciso, antes de tudo, escutar. Ele aprendeu que por detrás de determinada palavra ou atitude existem necessidades não expressas.
Disse Marshall Rosenberg:
"As pessoas que parecem monstros são apenas seres humanos cuja linguagem e comportamento às vezes nos impedem de perceber sua natureza humana."
Mas, mesmo nos grupos de CNV, não se encontra consenso quanto à forma de se relacionar com aquele que demonstra racismo, homofobia, xenofobia, sexismo, preconceito religioso ou de classe social. O negócio é tão complicado que já saiu até treta por lá.
Eu não sei você, mas eu ainda quero acreditar nas centelhas que, aqui e ali, tentam alimentar uma onda de bom senso e cordialidade. Devo porém confessar que minhas esperanças se esvaem já na segunda página do Facebook.
Se você tem a solução, diga aí. Como dialogar com o sujeito que esperneia pelo direito de chamar o outro de viado, macaco ou vagabundo e que adora acusar de coitadismo as eventuais vítimas?
Resumindo a questão - como tolerar o intolerante?
Eu não sei você, mas eu não sei.
Eu não sei você, mas o kkk me lembra deboche, não o riso.
Além disso, é impossível não relacionar o kkk à KKK. Não é sugestivo que nossas risadas virtuais remetam à Ku-Klux-Klan?
Mas o kkk se tornou secundário - quem diria? Restou apenas pequena implicância. Porque agora expressões bem mais significativas pedem atenção permanente.
Lixo é uma delas.
Fulano clica no link e se abre um texto de oito páginas. O autor cita fontes e referências, usa argumentos lógicos, incentiva o debate cordial. Fulano rola suas oito páginas em dois segundos. Na caixa de comentários, Fulano deixa sua impressão - Parei na segunda linha. Lixo!!!
Já Sicrano, mais propositivo, quando compartilha uma postagem, costuma carimbá-la com duas expressões inabaláveis e definitivas: Fato! e Com certeza!
Geralmente o Fato! não é fato, e a certeza vem do Fato! que não é fato.
E vá você falar de justiça, igualdade e outras necessidades humanas! Abaixe-se porque vem uma saraivada de adjetivos. Esquerdopata, feminazi, aliado de bandido e defensor de vagabundo se apresentam como os mais suaves.
Eu não sei você, mas eu venho pensando - talvez seja necessário um desarmamento unilateral. Embora oferecer flores não pareça promissor, não dá para ser cúmplice da violência
A pergunta é: como agir nessa atmosfera de agressão verbal, xingamentos e certezas vomitadas?
Deveríamos:
( ) Insistir no diálogo?
( ) Pagar na mesma moeda?
( ) Ironizar?
( ) Ignorar?
( ) Denunciar algumas postagens, quem sabe?
Eu não sei você, mas eu já tentei as três primeiras alternativas e estou na penúltima. Penso que continuo errando.
Procurei a resposta em grupos relacionados à Comunicação Não Violenta (CNV) no Facebook. Por certo ali estaria a pedra de toque que transformaria relações e feeds.
O praticante de CNV sabe que é preciso, antes de tudo, escutar. Ele aprendeu que por detrás de determinada palavra ou atitude existem necessidades não expressas.
Disse Marshall Rosenberg:
"As pessoas que parecem monstros são apenas seres humanos cuja linguagem e comportamento às vezes nos impedem de perceber sua natureza humana."
Mas, mesmo nos grupos de CNV, não se encontra consenso quanto à forma de se relacionar com aquele que demonstra racismo, homofobia, xenofobia, sexismo, preconceito religioso ou de classe social. O negócio é tão complicado que já saiu até treta por lá.
Eu não sei você, mas eu ainda quero acreditar nas centelhas que, aqui e ali, tentam alimentar uma onda de bom senso e cordialidade. Devo porém confessar que minhas esperanças se esvaem já na segunda página do Facebook.
Se você tem a solução, diga aí. Como dialogar com o sujeito que esperneia pelo direito de chamar o outro de viado, macaco ou vagabundo e que adora acusar de coitadismo as eventuais vítimas?
Resumindo a questão - como tolerar o intolerante?
Eu não sei você, mas eu não sei.
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