Mulheres em Luta
Outro dia resolvi meter o bedelho num interessante debate no Facebook. O debate se travava entre duas belas e inteligentes mulheres – o que, por si só, já tornaria qualquer debate interessante (menos sobre o Brad Pitt, você há de convir).
Outro dia resolvi meter o bedelho num interessante debate no Facebook. O debate se travava entre duas belas e inteligentes mulheres – o que, por si só, já tornaria qualquer debate interessante (menos sobre o Brad Pitt, você há de convir).
Uma das debatedoras levantou a seguinte hipótese: e se, nessa eleição, ninguém fosse votar?
Outra rebateu dizendo que apenas poderemos mudar a atual situação pelo voto.
Às duas somaram-se outras não menos belas e inteligentes mulheres, cada uma com um acréscimo ou argumento construtivo.
Eu, por segurança, prefiro ficar em cima do muro. Digo que, a princípio, ambas tem razão. Tudo vai depender de onde você quer chegar.
Neste texto tentarei dar minha contribuição ao debate. Analisarei apenas a réplica, ou seja, a ideia de que sim,
Outra rebateu dizendo que apenas poderemos mudar a atual situação pelo voto.
Às duas somaram-se outras não menos belas e inteligentes mulheres, cada uma com um acréscimo ou argumento construtivo.
Eu, por segurança, prefiro ficar em cima do muro. Digo que, a princípio, ambas tem razão. Tudo vai depender de onde você quer chegar.
Neste texto tentarei dar minha contribuição ao debate. Analisarei apenas a réplica, ou seja, a ideia de que sim,
O voto é sua arma
Se você
acredita que, um dia, algum de nossos eleitos cumprirá promessas de campanha,
então o voto é o mais importante artigo de seu arsenal. Use-o com precisão, escolha e atinja o alvo conforme sua mira e convicções.
Não apenas cumpra com seu dever cívico, não apenas exerça seu direito de votar, mas cobre, acompanhe, informe-se.
Antes de repetir palavras de ordem, aprenda sobre democracia, aprenda a argumentar sem ofensas e sem se sentir ofendido.
Analise, despido de preconceitos, o que você - e somente você - pensa a respeito do mundo, a respeito de política e das mais diversas formas de governo e maneiras de governar.
Não apenas cumpra com seu dever cívico, não apenas exerça seu direito de votar, mas cobre, acompanhe, informe-se.
Antes de repetir palavras de ordem, aprenda sobre democracia, aprenda a argumentar sem ofensas e sem se sentir ofendido.
Analise, despido de preconceitos, o que você - e somente você - pensa a respeito do mundo, a respeito de política e das mais diversas formas de governo e maneiras de governar.
Não se
obrigue a pensar o que outros pensam. Não acredite em tudo o que ouve. Tudo o
que é dito é a versão de alguém. Tenha a plena consciência que você não deve
acreditar na imprensa.
A imprensa é
patrocinada pelos donos do poder. Portanto, ela apenas noticia o que o eles querem. O
poder na mídia, você sabe, não é o governo. São os queridos patrocinadores (da
imprensa - e também do governo).
Se você quer
mesmo saber o que está acontecendo no seu país e com os seus candidatos,
procure na internet, em blogs, em sites fora do eixo.
Leia outro jornal, ouça e considere uma ideia oposta à sua. Quem sabe você não vai se surpreender por ter visto algo sob outro ângulo? Pode ser até divertido.
Antes de sair gritando contra Comunismo, Socialismo, Capitalismo, Anarquia, tire uma tarde para estudar esses conceitos. Tente encaixar seu candidato em alguma ideologia. Se você não conseguir, algo está errado – com o seu estudo ou com o seu candidato.
Leia outro jornal, ouça e considere uma ideia oposta à sua. Quem sabe você não vai se surpreender por ter visto algo sob outro ângulo? Pode ser até divertido.
Antes de sair gritando contra Comunismo, Socialismo, Capitalismo, Anarquia, tire uma tarde para estudar esses conceitos. Tente encaixar seu candidato em alguma ideologia. Se você não conseguir, algo está errado – com o seu estudo ou com o seu candidato.
Antes de dar
eco a campanhas difamatórias, informe-se. Hoje todo mundo é jornalista e apenas
divulgue o que tiver certeza vir de fonte confiável. Não seja um inocente útil,
porque mal intencionado eu sei que você não é (mas alguns podem não saber).
Vote em um
partido. Não caia nessa história de votar no candidato. O candidato deve seguir
as diretrizes do partido. E o menos que se espera de um candidato é que ele
desconheça o clube ao qual está afiliado.
Insisto, vote no partido. Somente assim você saberá o que defende politicamente.
Compare todas as legendas, não apenas aqueles que são líderes na pesquisa. Um partido apenas se torna grande com o seu voto. Não importa se ele vai vencer agora ou quando o seu neto for eleitor, o importante é que você está lutando por algo em que acredita.
O seu candidato não foi para o segundo turno? Ok, votemos no menos pior (mas o seu menos pior).
Compare todas as legendas, não apenas aqueles que são líderes na pesquisa. Um partido apenas se torna grande com o seu voto. Não importa se ele vai vencer agora ou quando o seu neto for eleitor, o importante é que você está lutando por algo em que acredita.
O seu candidato não foi para o segundo turno? Ok, votemos no menos pior (mas o seu menos pior).
Mude de
partido, se for o caso. Pode ser que o partido mude, você pode mudar.
Não procure
líderes ou grandes locutores. Você não precisa ser liderado. Palavras bonitas
você ouve do seu amor (dá para esquecer o Brad Pitt?).
O que você precisa é ser ouvido. Você está votando no seu porta-voz, naquele que vai fazer o que você faria no lugar dele.
O que você precisa é ser ouvido. Você está votando no seu porta-voz, naquele que vai fazer o que você faria no lugar dele.
Realidades Alheias
Não seja
ingênuo. Ingenuidade, arrogância e
preconceito podem se confundir.
Para apenas
analisarmos um caso, quantas pessoas você não ouve criticar, ironizar as tais
bolsas do governo? Vamos pensar?
É lógico que
ninguém vai defender que o governo dê esmolas – e as bolsas não são muito mais do que
isso. Mas a primeiríssima coisa que eu devo pensar é: tenho eu o direito de julgar
o tipo de auxílio dado a alguém em evidentes necessidades? Eu disponho de
conhecimento suficiente da realidade de tantas famílias deste país? Eu saberia
dizer se essas famílias podem “esperar as coisas melhorarem”?
Cair na
armadilha de dizer que alguns se aproveitam do benefício é aplaudir o papel do
bandido.
Ora, quer dizer que, porque alguns se aproveitam, outros devem morrer de fome?
Ora, quer dizer que, porque alguns se aproveitam, outros devem morrer de fome?
Também não é
triste que alguém tenha que se aproveitar dessas migalhas num país que deveria
ter o suficiente para todos?
Dados demonstram
que o bolsa família fomentou pequenos comércios. O açougueiro, o quitandeiro e
o verdureiro passaram a ter fregueses. É um benefício secundário pouco
divulgado.
Sem dúvida
que o ideal seria que todos tivessem salário digno e pudessem comprar o que
quiserem sem precisar de favores. É por isso que devemos lutar.
Enquanto o milagre não acontece, não dá para dizer às mães: ”Vamos ali mudar o mundo e já voltamos com o leite”.
Enquanto o milagre não acontece, não dá para dizer às mães: ”Vamos ali mudar o mundo e já voltamos com o leite”.
Aquele que
se manifesta quanto às esmolas dadas aos pobres esquece que é infinitamente mais
oneroso ao país o dinheiro que se dá aos ricos. O caso aqui
não é de política, é de humanidade.
Defender ou
admitir um ato de determinado governo não significa defender aquele governo. O
que precisamos é que as boas ideias se perpetuem, que depois de iniciativas
emergenciais (como o bolsa família) surjam condições mais justas, que haja maior
igualdade entre todos.
Mas voltemos
ao seu voto, que é do que falávamos.
Democracia em todo lugar
Você acredita no voto, você entende que é por aí o caminho da mudança. Você escolheu partido e candidato, mas não defenda partido e candidato como se defendesse seu time do coração e seu craque preferido. Política não é futebol. Estamos, a maioria, na mesma torcida.
Democracia em todo lugar
Você acredita no voto, você entende que é por aí o caminho da mudança. Você escolheu partido e candidato, mas não defenda partido e candidato como se defendesse seu time do coração e seu craque preferido. Política não é futebol. Estamos, a maioria, na mesma torcida.
Eu tenho certeza que você também sabe que votar, cobrar, estudar, refletir, nada disso é suficiente. Porque nem tudo que nos perturba é o governo.
É preciso,
cada ver mais, como democrata, exigir seus direitos nos bancos, nas companhias
de comunicação, no meio de transporte, na educação privada, nos hospitais particulares etc
etc etc.
Se você
reclama dos corruptos, seja você um cidadão de princípios. Não dê cervejinha
para o guarda, não corte filas, preocupe-se realmente
em defender o direito do outro (inclusive o direito de votar em outro candidato ou partido).
E vote.
Consciente e informado, vote. Humanizado, vote.
-=-=-=-=
Para não
deixar de relatar a conclusão do debate entre as duas sofisticadas mulheres, devo
dizer que elas o finalizaram como se poderia esperar. Com elegância e bom
humor.
(Para ser
justo com ambas, em E se ninguém votar - Segunda Parte você pode ler um arrazoado sobre a possibilidade de
ninguém ir às urnas - possibilidade que deu origem ao saudável debate.)
É isto ai. E por ai caminha a humanidade!!
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